sábado, abril 28, 2012

Amizade antiga.



Comentar a respeito de amizade, principalmente amizade verdadeira, é complicado, pois atualmente é difícil de ser encontrada ou mantida. Tem vezes que amigos mentem, traem, maltratam ou até matam, entretanto, existem aqueles que ajudam, compartilham, defendem e também salvam.


Acredito que amizade possui vários níveis, mas não comentarei a respeito por que já tratei deste assunto numa postagem antiga e nela constava:

"Conheço tanta gente que chego a pensar: quem são os verdadeiros amigos,? Quais são os falsos, os mascarados, os que valem a pena, aqueles que usam minha imagem, os melhores amigos(as), aquelas amizades de festas, dá até pra fazer uma classificação e distribuir notas."

Sempre valorizei minhas amizades e em geral fiz mais pelos outros do que eles por mim, mas não vejo problema nisso, faz parte do meu caráter e gosto de ver o sorriso nos rostos das pessoas.

Posso dividir minha vida em duas partes já que reflito sobre amizade. Tive um grande grupo de amigos quando era criança e na minha adolescência tive outro bem distinto devido ao fato de ter mudado de endereço. Infelizmente perdi o contato com a maioria dos antigos amigos, mas tenho grande vontade de reencontrá-los.

Recentemente um velho parceiro entrou em contato, era o Adriano, que por ter quase a mesma idade, foi um dos grandes amigos que tive na primeira fase da minha vida. Ele tem mais dois irmãos, mas quem ficava nas brincadeiras era o de menor idade, o Fabiano. Eu os chamava de Adri e Tube, não lembro por que o segundo apelido, mas enfim.

Adriano, eu, minha irmã gêmea Pâmela e o fabiano.

Lembro das vezes que me chamavam para brincar e eu adorava por que eles tinham os brinquedos mais legais, mas não era por isso que eu gostava dos caras, pois geralmente ficávamos construindo durante horas estradas nas sarjetas da rua onde morávamos, mas no momento de brincar já era tarde, tinhamos horário para voltar para casa. Brincadeiras como tamp cross na argamassa, três corta em frente a grade da casa deles, tentar usar escondido o tchaco do Juli, fazer barreiras com entulhos perto do valão para depois destruir jogando pedras, buscar tampas de refri coca pra trocar por gelocósmicos, jogar taco e perder a bolinha na casa da "véia", jogar o atari em frente ao fogão à lenha do Seu Zé, rir de peidos barulhentos enquanto só eu não conseguia, usar a bici (bicicleta) como ônibus e carregar a galera, subir nas árvores dos vizinhos, "pegar emprestado" tampinhas de ferro dos ônibus, tentar andar de rôler e skate (nunca consegui andar de skate e desisti quando trinquei um dente), polícia e ladrão usando pernas de mesas como bazuca e pés de cadeiras como metralhadoras, o flíper da Berê, surfar em prancha de esopor no dia de Natal de 96 (rio Gravataí transbordou). Bah! Muita coisa trí.

A forte amizade entre a gurizada era tão grande que quando tinha alguma festa temática fechávamos a rua e montávamos tudo como se fosse o "festival da boa vizinhança" do Chaves. Nas festas Juninas tinha pipoca, quentão, bandeirinhas nos postes e até fogueira dentro do valão. No Natal era tudo expetacular com as crianças em frente as suas casas esperando pelo Papai Noel, onde percebíamos que era o Seu Zé pela pulseira que usava no braço. A maioria dos gurís ganhava o que queria e eu ganhava outras coisas, bola de basquete e chinelo Rayder (poucos sabem dessa história), mas era tudo muito tri.

Acredito que a inocência unia toda a criançada, contudo, conforme o tempo foi passando cada um foi tomando o seu rumo de acordo com suas preferências e quando aquela inocência ia diminuindo, um por um procurou seu outro círculo de amizade.

Sei que é muito importante o cultivo da amizade durante infância, pois desenvolve a capacidade de inter-relacionamento e cooperação, promove entre o grupo a vontade de descobrir tudo que está ao redor e estimula os sentimentos de respeiro, solidariedade, lealdade e confiança. A base de nossa vida passa pela vivência das primeiras amizades e nos prepara para as futuras. É como dizem, só ajuda e faz crescer.