Enquanto aguardava a minha chamada, o cheiro de merda se misturava ao de idosos e sovacos mau cheirosos.
Hoje me obriguei a comparecer ao hospital, mais precisamente o “Conceição/Emergência” de POA. É que há quase oito meses atrás quebrei um pequeno pedaço do meu “segundo molar”, um dos dentes lá de trás, por causa do piercing. Agora, por não ter tomado os devidos cuidados, tomar água gelada ou até sorvete me dá uma pequena dor na cabeça. Cárie é foda!
Aguardar na sala de atendimento de emergência de um hospital público realmente pode ser uma lição de vida. Talvez para os mais pessimistas seja horrível, mas pelo o que sei é aqui onde se tratam doenças, salvam pessoas e até dão uma mãozinha para que mais uma vida venha somar os dados de índice de natalidade.
Há poucos minutos um senhor doente e idoso caiu da cadeira de rodas, pois não possuía a roda dianteira direita. Quando presenciei a cena ajudei o enfermeiro que o carregava, o mesmo envergonhou-se, pois provavelmente sentiu o mesmo que eu, raiva. Porra! Pagamos nossos impostos e quando precisamos de auxílio médico e hospitalar não os recebemos nas mesmas proporções ao qual temos pagado durante toda nossa vida. Onde estão investindo nossa grana? Enfim. (reticências)
Continuando minha aventura percebo que existem muitos idosos em companhia de seus prováveis filhos, sei lá, acredito ser de grande importância esta atitude, não entra na minha cabeça a idéia de jogar nossos “Pais” num asilo e esquecê-los por fim. De uma forma geral, nossos Pais nos criaram e devemos retribuir.
Ainda aguardo minha chamada. Está demorando bastante. Escrever de pé é difícil, ainda mais quando tem muita gente te olhando.
O clima em um hospital é tenso, mas cheio de esperança. É grande a facilidade de se fazer amizades ou até participar de debates e conversas que vão desde catástrofes naturais, passando pela economia e política brasileira e terminando em assuntos totalmente impertinentes como futebol e novela.
Termino de escrever por aqui. Agora é minha vez. Saúde a todos.
